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Transformação digital no B2B: o futuro já começou, mas o Brasil ainda hesita
*Por Rebecca Fischer
Por mais que a transformação digital tenha deixado de ser uma tendência para se tornar uma exigência competitiva, o mercado B2B brasileiro ainda parece travado no ponto de partida. Em um ambiente onde a inovação dita o ritmo dos negócios, é preocupante perceber que 77% das empresas no país não possuem uma cultura voltada para ela, segundo levantamento da Data-Makers em parceria com a CDN. Isso revela um impasse estrutural: sem cultura de inovação, a digitalização torna-se apenas um discurso, sem lastro na prática.
O desafio não está apenas na adoção de ferramentas tecnológicas, mas na mudança profunda de mentalidade. Muitas empresas ainda tratam a transformação digital como um projeto isolado de TI, quando, na verdade, ela exige uma reorganização transversal, que envolva todas as áreas da companhia — do atendimento ao marketing, do comercial ao RH. A resistência à mudança, a baixa capacitação digital das equipes e a falta de visão estratégica para o uso inteligente dos dados seguem como barreiras que impedem o avanço real.
Mas há caminhos promissores. Empresas que investem em digitalização com foco claro na experiência do cliente, na personalização e na eficiência operacional colhem vantagens significativas. O uso da inteligência artificial para criar estratégias de marketing hiperpersonalizadas em nichos B2B, por exemplo, tem mostrado impacto direto na atração e retenção de clientes — especialmente em mercados com ciclos de venda longos e complexos.
Um exemplo de reposicionamento inteligente vem do setor de periféricos, historicamente focado no consumidor final, mas que hoje aposta em soluções voltadas ao universo corporativo. Com investimentos em ergonomia, tecnologia e integração com plataformas digitais, essas empresas estão deixando de ser meras fornecedoras de hardware para se tornarem aliadas estratégicas da produtividade no ambiente de trabalho híbrido. Essa guinada só é possível com uma visão digital madura e conectada às novas demandas do mercado.
O que está em jogo não é apenas a competitividade — é a sobrevivência. O tempo da hesitação passou: a transformação digital exige urgência, estratégia e, acima de tudo, vontade de mudar. As ferramentas estão disponíveis; falta agora coragem para romper com o modelo antigo e construir um B2B mais inovador, eficiente e conectado à realidade do século XXI.
*Rebecca Fischer é co-fundadora da Divibank
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