Empresas de cripto no Brasil formam consórcio para lançar stablecoin pareada ao real

Startupi

Empresas de cripto no Brasil formam consórcio para lançar stablecoin pareada ao real

Em uma iniciativa conjunta, as exchanges de criptomoedas Bitso, Foxbit, Mercado Bitcoin e a provedora de liquidez Cainvest anunciaram a criação de um consórcio para o lançamento da BRL1, uma stablecoin — as chamadas moedas estáveis — totalmente lastreada em reais.

A novidade visa facilitar as transações entre essas plataformas, melhorando a experiência dos usuários e abrindo caminho para novos casos de uso tanto no Brasil quanto em mercados globais.

O criptoativo deve estar disponível ainda este ano nas corretoras que fazem parte da aliança. A BRL1 será lançada inicialmente nas redes Ethereum e Polygon, sendo lastreada não apenas em reais, mas também em títulos do governo brasileiro, o que, segundo as empresas, oferece uma camada extra de segurança e estabilidade.

A primeira emissão será de R$ 10 milhões, com a expectativa de atingir um volume de R$ 100 milhões em um ano. A nova stablecoin é vista como um facilitador para transações mais rápidas e baratas, tanto em âmbito local quanto internacional.

Embora Bitso, Foxbit e Mercado Bitcoin sejam concorrentes no mercado de criptomoedas, as três empresas decidiram se unir em prol do desenvolvimento do ecossistema de ativos digitais no país. “A colaboração é a chave para promover o crescimento do mercado de ativos digitais no Brasil”, afirma Fabrício Tota, Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin. Ele ressalta que a prioridade do consórcio é expandir o acesso ao cripto e melhorar a interoperabilidade entre as plataformas.

A Cainvest, quarta integrante do consórcio, é uma provedora de liquidez reconhecida no mercado financeiro, com atuação expressiva nas Ilhas Cayman e no Brasil.

Charles Aboulafia, CEO da Cainvest, destaca que a empresa contribuirá não só com sua experiência em serviços financeiros, mas também com a liquidez em pares de criptomoedas, como BTC e ETH, que serão listadas contra a BRL1 nas exchanges. Para ele, a criação dessa stablecoin é um marco importante no desenvolvimento da infraestrutura do mercado cripto brasileiro.

Potencial para reduzir barreiras entre cripto e finanças tradicionais

A criação da BRL1 também é vista como uma oportunidade para reduzir a fricção entre o ecossistema cripto e o sistema financeiro tradicional.

Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, explica que uma stablecoin como a BRL1 tem o potencial de simplificar as operações e criar uma ponte entre esses dois mundos. Ele acredita que a moeda poderá desempenhar um papel central na integração dos sistemas financeiros e tecnológicos.

A BRL1 surge em um momento em que o Banco Central do Brasil (BC) também está avançando com o desenvolvimento do Drex, uma moeda digital emitida pelo governo.

O consórcio de exchanges vê a stablecoin como uma iniciativa complementar a projetos como esse do BC, proporcionando mais flexibilidade e rapidez nas transações digitais no país.

A Fireblocks, empresa especializada em segurança e infraestrutura para ativos digitais, será a responsável pela tecnologia de token e custódia da BRL1. Ela é reconhecida globalmente por sua expertise em projetos de tokenização e tem participado de iniciativas semelhantes em países como Colômbia, México, Austrália, Japão e Estados Unidos.

“Estamos orgulhosos de apoiar a criação da BRL1 e fornecer uma infraestrutura tecnológica segura para essa iniciativa”, afirma Michael Shaulov, CEO da Fireblocks. Ele acrescenta que a colaboração é um marco na evolução do mercado de ativos digitais no Brasil, proporcionando mais confiança e eficiência.

Além da Fireblocks, o consórcio contará com o suporte do escritório Pinheiro Neto Advogados, responsável por garantir a conformidade regulatória da stablecoin em todas as fases do projeto. O escritório tem vasta experiência no segmento jurídico de criptomoedas e fintechs, sendo um dos principais consultores no Brasil para questões regulatórias relacionadas a ativos digitais.

O impacto no mercado de cripto brasileiro

A criação da BRL1 reflete o crescimento e amadurecimento do setor de criptomoedas no Brasil. Com a stablecoin lastreada em reais, as empresas esperam facilitar a adoção de moedas digitais tanto por usuários individuais quanto por instituições financeiras que buscam novas soluções para transações digitais.

A expectativa é que a BRL1 ajude a ampliar o uso de criptomoedas no país, permitindo transações mais rápidas e baratas em um ambiente regulado.

O consórcio acredita que, além de facilitar o uso de criptomoedas nas exchanges participantes, a BRL1 poderá ser adotada em outros casos de uso, como pagamentos internacionais e remessas de dinheiro, onde a rapidez e a segurança oferecidas por stablecoins representam uma vantagem significativa.

Com essa iniciativa, Bitso, Foxbit, Mercado Bitcoin e Cainvest buscam reforçar a posição do Brasil como um dos líderes na adoção de criptomoedas e no desenvolvimento de novas soluções financeiras digitais.

A colaboração entre essas empresas mostra um esforço conjunto para superar os desafios do mercado e criar uma infraestrutura robusta que atenda às necessidades dos usuários e instituições no cenário econômico digital.


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

O post Empresas de cripto no Brasil formam consórcio para lançar stablecoin pareada ao real aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza



from Startupi https://ift.tt/u4lNUP1
via IFTTT
Postagem Anterior Próxima Postagem